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Afinal quanto custa um Projeto de Arquitetura? E uma obra?

Aquela pergunta que qualquer profissional gostava de conseguir responder de forma simples e rápida e que qualquer cliente gostava  de ver respondida logo na primeira reunião, correcto?

 

Diria que este é um tema que suscita interesse, não só a clientes, como a muitos profissionais de arquitetura que entram no mercado de trabalho e não têm qualquer valor de referência.

 

Mas como sabem, em Portugal não existem tabelas, nem fórmulas mágicas para o cálculo, tanto dos honorários de um arquiteto como do custo de uma obra.

Embora no passado tenham sido aprovadas pelo governo algumas regras para o cálculo de honorários de autores de projetos, primeiro em 1940 (RCHAP) e depois em 1972 (ICHPOP) (este último referia-se mais especificamente a projetos de obras públicas e substituiu o anterior, mas ambos tinham como base o método de cálculo através de uma percentagem do valor da obra), desde 2003 passou a ser proibida a fixação de tabelas de preços por parte das associações profissionais, devido essencialmente à livre circulação de pessoas e bens no espaço comunitário europeu e também à livre concorrência de mercados.

 

Por isso, neste momento em Portugal, os profissionais de arquitetura são livres de estabelecer os honorários a aplicar pela prestação dos seus serviços, mas muitos ainda utilizam o método referido anteriormente. Ou seja, fazem uma estimativa do custo da obra, baseada no valor médio de construção (ou reabilitação) por m2 que é posteriormente multiplicado pela área de construção, e depois consideram uma percentagem desse valor para o custo do projeto de arquitetura. Essa percentagem varia normalmente entre os 3 e os 12%, consoante a dimensão e uso do objeto arquitetónico, bem como a sua localização e fases de projeto consideradas.


Também há quem prefira aplicar mais do que um método de cálculo e, para além de basear os seus honorários no custo da obra, também considera o tempo estimado para o desenvolvimento do projeto.


Mas vamos lá tentar perceber melhor quais são os principais métodos de cálculo de honorários para serviços de arquitetura utilizados em Portugal.


A Ordem dos Arquitectos refere os seguintes:

1. Remuneração em função do tempo gasto

- Neste caso, não é possível determinar um valor antes do projeto estar finalizado, pois só é possível calcular os honorários após o apuramento das horas gastas.

2. Remuneração em função do tempo estimado

- Aqui faz-se uma previsão do tempo de duração do projeto e calcula-se um valor fixo ficando previamente acordado que o mesmo não irá sofrer alterações. No entanto, por si só pode não ser a melhor alternativa, pois é muito difícil prever a duração de um projecto, sendo que esse tempo depende dos vários envolvidos e não apenas do arquitecto.

3. Remuneração em função da área de construção

- Neste método é fixado um valor consoante a área de construção que é depois ajustado de acordo com a dimensão final da obra.

 4. Remuneração por percentagem

- Aqui define-se como valor dos honorários uma percentagem do custo da obra. A percentagem é baseada em registos estatísticos do próprio arquitecto ou em dados estatísticos de entidades independentes. O valor pode ser posteriormente acertado na fase final, após a determinação do real custo da obra.

5. Remuneração por percentagem fixa

- Neste caso, os honorários são calculados através de uma percentagem fixa do valor da obra, não tendo em conta parâmetros como a complexidade da obra, o método de construção ou dimensão da mesma, entre outros.

6. Remuneração por montante fixo

Por fim, neste método é considerado um montante fixo cujo cálculo é muitas vezes feito através de um ou mais dos métodos referidos anteriormente.

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Como já devem ter percebido, a verdade é que não existe mesmo uma regra, por isso tudo é válido. 

No meu caso, pesquisei bastante até encontrar uma fórmula que me fizesse sentido e que, apesar de tudo, continuo a adaptar e atualizar constantemente. Mas diria que o método que me faz mais sentido até ao momento é considerar um montante fixo que é apurado consoante o custo da obra e o tempo estimado para a elaboração do projecto.

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E que tal fazermos um exercício?

Temos, por exemplo, um apartamento de 100m2 para reabilitar em Lisboa. Nesse caso qual poderia ser o valor do projecto de arquitectura? E qual a estimativa para o custo da obra?

Seguindo o método 4 de remuneração por percentagem, definimos a seguinte fórmula:

Honorários = P x (custo de construção por m2 x área do imóvel)

Sendo que P é a percentagem do valor da obra que pode variar entre 3 a 12%, como referi anteriormente. Quanto maior a dimensão da obra, menor a percentagem. Esta percentagem pode ser definida de acordo com que fizer mais sentido ao profissional, pois deve ser visto caso a caso.

O custo de construção ou, neste caso, de reabilitação pode ser consultado na plataforma que a OA criou para o efeito através do simulador do custo da obra. Neste caso, o valor médio por m2 apurado é 626,22€, sendo que o valor da obra seria então 62 622,22€.

Digamos que neste caso escolhemos aplicar uma percentagem 10%.

Assim, teríamos o seguinte resultado:

Honorários = 0,10 x 62622,22 = 6262,22€


E que serviços estão considerados neste valor? Todos? Diria que sim, que estão incluídas todas as fases de projeto, desde o programa base, passando pelo estudo prévio, projeto de licenciamento e, posteriormente, o de execução, bem como o acompanhamento e apoio técnico à implementação da solução proposta. Esse acompanhamento, no caso de ter de ser presencial, dependendo da distância ao local da obra, pode ter de ser cobrado à parte, mas depende sempre do que for previamente acordado.

 

Agora, queremos confirmar se este valor encaixa no custo mínimo/aceitável por hora de trabalho? 

Podemos estimar quanto tempo iremos dedicar a este projeto e apurar o valor por hora. O valor por hora praticado em Portugal pode variar tanto ao ponto de andar entre os 8 e os 40€, por isso vamos considerar um valor médio de 20€.

Digamos que vamos dedicar cerca de 4h por dia durante 3 meses a este projecto. Isto daria um total de 252 horas, que multiplicando pela hora que definimos anteriormente daria um total de 5040€. Aqui devemos considerar sempre, para além do nosso trabalho, todos os custos que temos, tendo em conta a dimensão da nossa estrutura e recurso que serão utilizados no decorrer deste projeto.

Por outro lado, também pode ser feito um ajuste de acordo com a exigência e as fases do projecto, mas a verdade é que esta estimativa de tempo só é possível quando já temos alguma experiência em que podemos basear este cálculo.


Mas se se está a perguntar o seguinte: E se eu só tivesse 30 000€ para investir nessa obra? 

Nesse caso, poderia considerar 10% para o custo do projecto, ou seja, 3000€, mas para ser sustentável, provavelmente o arquiteto teria de reduzir o número de horas a dedicar a projeto, correcto? Por isso, acho mesmo importante ter em conta não só o custo da obra, mas também a complexidade do projeto, o tempo estimado, a localização, etc. Devem ser vários os parâmetros e fatores a considerar, sempre. Para que seja justo tanto para o cliente, como para o profissional. Afinal de contas, um trabalho pago de forma justa, no final traz sempre melhores resultados e clientes mais satisfeitos!

Em resumo, não havendo uma regra imposta para o cálculo de honorários, os mesmos podem ser apurados da forma que fizer mais sentido ao arquiteto. No entanto, há metodologias mais comuns e que lhe podem dar uma ideia de como calcular ou ter uma ideia de valores. O melhor será pedir um orçamento e transmitir todas as expectativas, revelando os valores que tem disponíveis e que o deixam confortável. Tudo isto é sempre muito relativo e varia de acordo com a situação.


Deixo alguns links úteis e com mais informação sobre o tema:

> Simulador do custo de obra

> Cadernos Técnicos - Honorários 

> Cadernos Técnicos - Profissão

 > Norma NP4526:2019 - Serviços Prestados pelo Arquiteto e Arquitecto Paisagista no Âmbito da Construção

 

Espero ter ajudado.

Plantas no quarto: Sim ou não? 5 Opções de fácil manutenção.

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Cresceu com a ideia de que seria perigoso dormir com plantas no quarto, certo?

O mito diz que, por libertarem CO2, podem ser prejudiciais à nossa saúde.

Nós explicamos: Quando expostas à luz solar, as plantas passam pelo processo de fotossíntese, sendo este importante para que as mesmas possam produzir os nutrientes necessários para manter as suas funções vitais, absorvendo dióxido de carbono e libertando oxigénio.

No entanto, para além deste processo, e tal como nós, também as plantas realizam outras trocas gasosas, a respiração e a transpiração. Na primeira, elas recebem oxigénio e libertam CO2, sendo que esse processo acontece tanto durante o dia, como durante a noite. No entanto, a ciência diz que a quantidade de oxigénio consumida é, em geral, insuficiente para causar qualquer problema a um ser humano.

E na verdade, por ajudarem a purificar o ar e serem um elemento que nos aproxima da natureza, as plantas podem até ajudar a melhorar a qualidade do nosso sono. Hoje em dia, acredita-se que são imensos os benefícios de termos estes seres vivos em casa ou no local de trabalho.

Desde ajudar a aumentar a produtividade, a melhorar a criatividade, a purificar o ar ou tornar mais agradável qualquer ambiente, são vários os motivos para começar a investir em plantas.

Se por acaso estiver preocupada com a manutenção destes seres vivos, não se preocupe mais! Na verdade, há plantas que não precisam mesmo de grandes cuidados e, por isso, vão facilitar-lhe muito a vida.

Os 5 exemplos que se seguem, não só precisam de pouca atenção (e água! não abuse na água!) como também são ótimas a purificar o ar:

1 . ESPADA DE SÃO JORGE

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Esta é uma planta muito resistente, que não precisa de muita água nem luz solar direta. Embora seja uma planta forte e consiga sobreviver em pleno sol, ela adapta-se melhor a ambientes com luz solar indireta.

  • Opte por colocá-la num vaso de material poroso como a terracota, por exemplo, para que não corra o risco dela apodrecer por excesso de humidade;

  • Escolha um exemplar com folhas verde-escuro, pois é um sinal de que estão saudáveis;

A Espada de São Jorge é uma ótima planta doméstica. As suas folhas largas absorvem toxinas e CO2 presentes no ar, ajudando a purificar os ambientes. Para os mais crentes, também há quem afirme que ela ajuda a limpar as impurezas e energias negativas.

2 . HERA

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Apesar de ser muito conhecida em ambientes exteriores, esta é também uma ótima opção para o interior. À semelhança da Espada de São Jorge também a Hera absorve toxinas presentes no ar, sendo uma boa opção para quem sofre de problemas respiratórios já que também ajuda a diminuir a humidade!

  • Escolha um local com pouca luz e mantenha o terra sempre húmida;

  • Opte por colocá-la num vaso suspenso junto ao tecto para que absorva a humidade que sobe.

3 . PALMEIRA ARECA

Esta é uma das nossas preferidas! É perfeita para decorar ambientes interiores, porque cresce rápido e, à semelhança das anteriores, não precisa de grandes cuidados. Tem também uma grande capacidade de purificação do ar e ajuda a regular a humidade em ambientes fechados.

Em ambientes exteriores pode crescer até 10 metros de altura, mas no interior é possível limitar o seu crescimento de acordo com o que for desejado. Basta optar por um vaso menor para conseguir controlar o seu desenvolvimento.

  • O ambiente ideal para esta planta é sem dúvida um espaço quente e húmido;

  • Para regular a sua exposição à luz solar basta observar as suas folhas: se estiverem amareladas quer dizer que está demasiado exposta, se estiverem muito escuras provavelmente está a precisar de maior exposição;

  • Não abuse na água e vá retirando as folhas secas.

4 . FICUS-LYRATA

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Também conhecida como Figueira-Folha-de-Violino esta planta, de origem africana deve ser cultivada em ambientes húmidos e com muita luz sem que haja exposição solar direta.

É também uma das nossas preferidas e tem tido tanta procura que às vezes não é muito fácil encontrá-la. Na verdade trata-se de uma árvore tropical muito resistente, que pode ser usada como planta decorativa. Se a colocar num vaso grande ela desenvolve-se muito rapidamente e atinge uma grande altura. No entanto, mais uma vez, pode controlar o seu crescimento optando por deixá-la num vaso menor.

  • Evite deixá-la muito exposta ao frio no Inverno. Apesar de ser uma planta muito resistente, o frio pode causar alguns problemas nas suas folhas;

  • Nos dias quentes de Verão, opte por borrifar as suas folhas com água;

  • Regue apenas 2 a 3 vezes por semana e só se a terra não estiver húmida.

5 . CHLOROPHYTUM

Conhecida como Planta-Aranha, ajuda a purificar o ar com bastante rapidez e também diminui a humidade. Não precisa de grandes cuidados, podendo ser regada até 2 vezes por semana no Verão e duas a três vezes por mês em alturas de mais frio.

  • Prefira colocá-la num vaso suspenso, pois à semelhança da Hera, vai permitir que reduza a humidade que se acumula junto ao tecto;

  • Opte por um lugar onde ela não esteja exposta à luz solar direta. Meia sombra será o ideal.

 

Onde comprar:

Viveiros Vitor Lourenço – https://www.viveirosvl-webshop.com/

Horto do Campo Grande – https://hortodocampogrande.pt/

Super Botânica – https://www.superbotanica.com/

Generosa – https://generosa.pt/

 

FOTOS

FONTE: VIVEIROS VITOR LOURENÇO

8 dicas para ter um Hall de Entrada mais convidativo

O Hall de Entrada é sempre um daqueles espaços que mais negligenciamos na decoração da nossa casa. No entanto, a verdade é que ele é o cartão de visita de qualquer espaço e, por isso, responsável pela primeira impressão que os que nos visitam têm dele!

Sendo assim, se este for descuidado e pouco acolhedor, a entrada em nossa casa pode tornar-se desagradável, tanto para os nossos convidados, como para nós mesmos. Manter o hall de entrada organizado, funcional e esteticamente agradável será benéfico para o nosso bem-estar, todas as vezes que chegarmos a casa.

Hoje falamos de formas fáceis para tornar este espaço mais acolhedor e criar um primeiro impacto positivo!

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1 Comece por colocar um cabide. Sim, nós sabemos o que faz ao casaco e à mala quando chega a casa…e não sabe onde os colocar. Já pensou que um simples cabide junto à porta pode ajudar a manter o seu hall arrumado? Acrescente molduras, quadros e obras de arte para lhe dar um toque diferente.

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2 Se precisa de mais arrumação, escolha caixas decorativas e esteticamente agradáveis para compôr o ambiente e complementar a função dos cabides.

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3 Se gosta de plantas, o hall de entrada agradece! Vasos com folhagens decorativas e agradáveis, trazem boas energias e reforçam o sentimento de acolhimento.

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4 Se a entrada da sua casa não é muito grande, pode acrescentar-lhe um espelho para ajudar a ampliá-la. Além de criarem a ilusão de um espaço maior, os espelhos são ótimas peças decorativas.

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No caso da sua entrada ter uma boa área, podemos optar, por exemplo, por colocar um tapete, aumentando a sensação de conforto, e escolher objetos que tenham a ver com a restante decoração da casa.

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Se gosta de ambientes minimalistas, opte pelo essencial! Cabides simples, formas puras e linhas rectas, tudo em cores neutras.

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Crie um espaço que tenha a ver consigo e que responda da melhor forma às suas necessidades.

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Por fim, se é daquelas pessoas que prestam muita atenção aos detalhes, escolha objetos que tragam delicadeza ao espaço. Flores, por exemplo, podem ser uma ótima forma de receber quem chega a nossa casa!

Boa semana!